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As primeiras notas portuguesas em Macau



O GPH – Gabinete do Património Histórico da Caixa Geral de Depósitos tem, na Área do Colecionismo, uma valiosa coleção de notas antigas, emitidas pelo Banco Nacional Ultramarino para todos os territórios ultramarinos, incluindo Macau.
O BNU está em Macau desde 1902, sendo ainda hoje o Banco do Grupo CGD naquela Região Administrativa Especial da República Popular da China, onde desenvolve atividade de banco comercial e de banco emissor de papel-moeda.
Os mais de 100 anos desta atividade emissora, correspondem a mais de 80 emissões de notas, fazendo hoje parte da Coleção de Notafilia do GPH, muitos desses exemplares. Queremos dar a conhecer algumas destas notas, e referir alguns dos aspetos mais relevantes do seu enquadramento histórico.

A 30 de novembro de 1901, foi assinado um acordo entre o Governo português e o Banco Nacional Ultramarino, que levou à criação da Filial de Macau, inaugurada a 8 de agosto de 1902. Foi o primeiro e durante 71 anos o único banco europeu no território.
Por esta altura, Macau não tinha moeda própria. Durante mais de 300 anos o Governo Português de Macau não emitiu nenhuma moeda oficial para circulação local. As trocas comerciais internas e externas realizavam-se em notas (Pangtans) e moedas de prata e cobre chinesas e estrangeiras. Para se criar uma base fiduciária sólida e tentar unificar a moeda, o Governo de Macau autorizou o BNU (decreto de 20.02.1902) a emitir notas de curso legal, denominadas em Patacas, designação que se terá ido buscar à Pataca Mexicana, muito popular no Extremo Oriente.
Todos hoje sabemos que a Pataca é a moeda oficial de Macau e é para nós impensável que esta não mereça o crédito dos seus habitantes. No entanto, nem sempre foi assim. Macau vivia no início do século passado a vida de um meio caracteristicamente tradicionalista, predominantemente chinês e geograficamente isolado do contexto nacional. Assim, quando se elaboraram as maquetas das primeiras notas houve a preocupação de que não viessem a ser rejeitadas à partida pelo público, pelo que se optou por modelos semelhantes aos das notas de 1 e 5 dólares de Hong Kong, emissões do HSCB – Hong Kong & Shangai Banking Corporation, que tinham franca aceitação em todo o sul da China, incluindo Macau.

As notas da primeira emissão que aqui apresentamos foram estampadas em Londres, na casa impressora “Barclay & Fry, Ltd”. Entraram em circulação em 19 de janeiro de 1906 e tinham os valores de 1, 5, 10, 20, 50 e 100 patacas. É a chamada Emissão Antiga-Simples.

Tinham as assinaturas impressas do Governador e Vice-Governador do BNU e manuscritas do Gerente da Filial de Macau. O papel utilizado era de fraca qualidade e só as de 100 patacas apresentavam marca de água.
Embora amplamente divulgadas em Macau e em Hong Kong através dos jornais e de contactos diretos junto dos bancos estrangeiros de Hong Kong, a aceitação das notas portuguesas não foi fácil, não conseguindo de imediato substituir a moeda estrangeira em circulação.
As novas notas eram olhadas com alguma desconfiança por muitos residentes que, quando as recebiam, corriam aos cambistas onde as trocavam por moedas estrangeiras de prata, tendo para tal de suportar um ágio elevado.

Muitos anos se passaram até que as emissões do BNU se impusessem em Macau. De facto, só por volta dos anos 50 se conseguiu assegurar para as emissões portuguesas de notas o exclusivo da sua circulação.

CGD - Gabinete do Património Histórico
Nuno Carvalho

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As primeiras notas portuguesas em Macau